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Assédio Moral é discutido no II Encontro do Movimento Mais Mulheres na OAB

Com o hall de entrada repleto de pessoas, a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL) foi palco do II Encontro do Movimento Mais Mulheres na OAB, na manhã desta sexta-feira (11). O evento, que é nacional, teve como tema principal o Assédio Moral no Trabalho e aconteceu na sede da Ordem, em Jacarecica.Na ocasião, estiveram presentes o presidente em exercício da Seccional Alagoas, Ednaldo Maiorano, a Conselheira Federal por Alagoas e presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Fernanda Marinela, as palestrantes do dia, a advogada Trabalhista Aryanna Manfredini, a juíza e presidente da Associação alagoana de Magistrados (Almagis), Fátima Pirauá, a advogada Emanoella Remigio e a psicoterapeuta Luciana Costa Rocha, além de estudantes em Direito e membros da OAB e da sociedade civil organizada.Abrindo solenidade, o presidente em exercício da OAB/AL agradeceu a presença de todos e destacou o importante desempenho da mulher na sociedade. ?Eu gostaria de referendar e conclamar o importante papel que o Movimento Mais Mulheres na OAB tem desempenhado, sempre em busca da valorização perene da mulher não só no seio da advocacia, como também em todo o universo social. A atuação da mulher nos diversos segmentos da sociedade torna o espaço mais profissional, digno e sereno, por isto, precisamos unir esforços para, juntos, alcançarmos a plena igualdade e valorização destes seres indispensáveis?, disse Maiorano.Durante o encontro, foram discutidos o papel da mulher advogada no combate ao assédio moral e as formas de prevenção desta ação ilícita e danosa ao ambiente de trabalho. ?A mulher surge neste contexto de duas formas: como vítima maior de assédio moral e como combatente desta prática. No primeiro caso, ela se configura como vítima devido à sua fragilidade e pelo simples fato de ser mulher. Por exemplo, muitas mulheres temem assumir a maternidade por medo de perder o emprego, medo este que é causado pelas constantes ameaças do próprio empregador e dos colegas de trabalho. Na segunda situação a mulher surge como combatente do assédio, dada a sua sensibilidade de perceber a prática e sua extrema dedicação em combatê-la?, explicou Aryanna Manfredini.Para a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, que também é uma das criadoras do Movimento Mais Mulheres na OAB, Fernanda Marinela, o momento é de conscientização e prevenção, no intuito de diminuir os casos de assédio moral no Brasil. ?Precisamos formar uma corrente positiva de combate a esta prática tão nociva ao ambiente de trabalho e ao empregado. Não basta apenas termos êxito nos processos judiciais envolvendo assédio moral, temos que conscientizar e informar os trabalhadores e empregadores para impedir que a ação aconteça, pois o assédio moral sempre existiu, mas é uma realidade que só agora, com a humanização das relações trabalhistas, começou a ser denunciada?, informou Marinela.Na ocasião, a advogada Emanoella Remigio fez uma análise da participação da mulher na sociedade. ?A mulher ainda não ocupou todos os espaços e tende e ser discriminada, hostilizada e afastada das situações de todo o cotidiano, que inclui o ambiente de trabalho. Quando falamos de assédio moral, em uma época neoliberal, em que ao mercado de trabalho exige muito mais do trabalhador e essas exigências acabam se tornando cobranças desmedias, a situação culmina com o assédio moral, em que as mulheres são as principais vítimas?.Esclarecendo os danos que o assédio moral pode trazer ao psicológico das pessoas, a psicoterapeuta, Luciana Costa, apontou como é feito o tratamento das vítimas de assédio moral e dos abusadores. ?É importante salientar que não só a vítima deve ser acompanhada, mas também quem pratica o assédio moral. É necessário que se faça uma valorização da autoestima da vítima e que se trabalhe com o abusador as causas que o levam a praticar tal abuso, que geralmente, são provenientes da desestruturação familiar. Vale ressaltar que ainda é pouco o número de pessoas que buscam ajuda quando sofrem o assédio, geralmente por medo de perder o emprego. O ideal seria que cada empresa contasse com o apoio de um psicólogo para intervir, de forma profissional, nestes casos?, explicou.Finalizando, a presidente da Almagis, Fátima Pirauá, destacou a importância de combater a violência psicológica e física contra a mulher. Para ela, a educação familiar é a mais importante arma neste combate. ?O assédio moral é uma violência em todos os aspectos: psicológico e até físico, que geralmente acomete as mulheres e que é cometido pelos homens. É importante que trabalhemos em nossos filhos a necessidade de uma sociedade mais solidária e igualitária, para combater esta estrutura machista que nós ainda insistimos em disseminar?.