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Ministro garante que manterá decisão liminar que proíbe alteração no horário de funcionamento dos Tribunais

O Conselheiro Federal por Alagoas, Thiago Bomfim, foi designado pela presidente da OAB Alagoas, Fernanda Marinela, para participar da reunião com o Ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, que teve como pauta a redução no horário de funcionamento dos tribunais em todo país.O encontro foi conduzido pelo presidente do Conselho Federal da OAB, Cláudio Lamachia, e teve a participação, ainda, do Tesoureiro Antônio Oneildo, e de vários Presidentes Seccionais e Conselheiros Federais.Segundo Thiago Bomfim, o Ministro deixou claro que irá, sempre que provocado, manter a autoridade de sua decisão liminar, proferida nos autos de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4598), que proíbe qualquer alteração no horário de funcionamento dos Tribunais, até o julgamento do mérito da ADI pelo plenário do Supremo. ?Caso qualquer tribunal edite algum ato que materialize redução de horário, uma vez provocado, o Ministro irá fazer valer a autoridade das decisões do Supremo?, disse o Conselheiro Federal por Alagoas.O presidente Cláudio Lamachia explicou a Luiz Fux que este tema é de extrema importância para a cidadania e a advocacia, pois alguns tribunais têm reduzido em até cinco horas seus horários de funcionamento, usando argumentos como economia de energia.?A OAB é absolutamente contrária a essa posição, pois entendemos que a jurisdição tem de ser plena, com tribunais funcionando em dois turnos. A sociedade precisa disso. Vemos que a capacidade instalada o Poder Judiciário não dá mais conta da demanda, então é contraditória a tentativa de redução do horário?, explicou Lamachia.?É importante reafirmarmos à sociedade que jurisdição é um direito fundamental do cidadão brasileiro, previsto na Constituição Federal, assim como o tempo razoável de duração do processo. Hoje vivemos em um país que não tem prestação de serviços públicos a contento na saúde, educação, segurança pública e agora no Poder Judiciário. A OAB, como representante da cidadania, deve bradar contra esse tipo de situação?, frisou Lamachia.A cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4598) proferida pelo Ministro Fux do Supremo Tribunal Federal, a requerimento do Conselho Federal da OAB, proíbe os tribunais de reduzir o horário de atendimento ao público até julgamento final da ação, devendo ser requeridas as devidas providências, sempre que houver descumprimento. Assim determina a decisão:?Seu objetivo foi, assim, o de evitar uma mudança súbita e inesperada nos horários de atendimento ao público nos tribunais. A decisão liminar não teve o condão de permitir, e, nem mesmo, o de estimular uma redução do horário de atendimento ao público nos tribunais. Assim, os tribunais brasileiros devem manter, até decisão definitiva desta Corte, o horário de atendimento ao público que já está sendo adotado nos seus respectivos âmbitos, sob pena de eventual prejuízo aos usuários do serviço público da justiça, em particular para a classe dos advogados. Ex positis, e em razão especificamente do requerimento recentemente protocolizado nos autos, defiro o pedido formulado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ? CFOAB, a fim de determinar que seja restabelecido, sem qualquer redução ou alteração, o horário de atendimento ao público que vigorava no Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região até a edição da Portaria GP nº 1272/2014, em 30.12.2014.?Em Alagoas, a notícia sobre a mudança no horário de funcionamento foi informada oficialmente à OAB durante uma reunião, no dia 26 de janeiro, com o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho, Pedro Inácio da Silva, a presidente da Ordem em Alagoas, Fernanda Marinela, e o vice-presidente da Ordem Ednaldo Maiorano.A mudança será levada para apreciação do Pleno na próxima quarta-feira (03), na sessão administrativa que acontece às 15h30 e a OAB convoca todos os advogados para estarem presentes. A Ordem terá, durante a sessão, uma sustentação oral que será feita pelo advogado Fernando Paiva, onde serão alegados os motivos para que a mudança não seja implementada.O desembargador Pedro Inácio explicou que a medida será tomada com o intuito de reduzir gastos, já que o orçamento do Poder Judiciário teve importante redução este ano, o que acontece em todo o país. A notícia gerou insatisfação e preocupação entre os representantes da Ordem, que temem os possíveis prejuízos aos advogados e a sociedade.