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Comissão de Prerrogativas recebe denúncia de advogada vítima de ação truculenta da PM

A Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL) acompanhou mais um caso de violação contra advogados. Desta vez, a vítima foi a advogada Letícia Tenório, que denunciou ter sido vítima de uma ação truculenta de policiais militares durante a ação da Operação Sossego, que ocorreu na noite de domingo (06), no bairro do Jacintinho, em Maceió.O caso foi acompanhado pelos integrantes da Comissão de Prerrogativas, Sílvio Omena, Manoel Passos, Peu Aciolly e Geraldo Carvalho. A partir de agora, o caso deverá ser encaminhado para o Conselho Estadual de Segurança (Conseg) onde será pedido a abertura de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar o caso.”A OAB Alagoas tem uma Comissão que está permanentemente disposta para atender esses casos envolvendo denúncias de agressões contra advogados. Já recebemos este ano alguns casos de advogados denunciando a ação truculenta da polícia e levamos cada uma delas ao Conselho Estadual de Segurança para que sejam devidamente apuradas. Cumprindo os procedimentos legais, que os culpados sejam punidos caso compr+ovado qualquer abuso. Não vamos permitir que isso continue acontecendo?, afirmou a presidente da OAB Alagoas, Fernanda Marinela.DENÚNCIAA advogada Letícia Tenório denunciou à Comissão de Prerrogativas que teve a casa invadida por militares, foi agredida junto com seus familiares e presa de forma injustificada. ?Estava numa festa familiar, quando os policiais chegaram à minha residência chutando o portão para entrar. O som estava ligado, dentro de casa, mas em nenhum momento meus vizinhos pediram que baixássemos o volume e faríamos isso sem nenhum problema. A questão é que a polícia já chegou com uma abordagem violenta?, explicou.Segundo a advogada, ela e o irmão, que não teve o nome revelado, chegaram a conversar com os policiais, pedindo calma, no entanto, foram surpreendidos com bombas de efeito moral dentro da residência e gás de pimenta. ?Me identifiquei como advogada e quis conversar. Quando conseguimos abrir a porta, eles já entraram nos empurrando, jogando gás de pimenta, que deixou todos bastante assustados. Houve uma confusão generalizada, mas de forma alguma nos negamos a colaborar. Mesmo assim, acabamos presos, algemados e levados para a delegacia?, contou.A advogada e seu irmão foram levados para a Central de Flagrantes I, no bairro do Farol, onde foram autuados por desacato. Ela foi ainda, acusada de agressão por um dos militares, que disse ter levado um arranhão no rosto. ?É impossível eu ter arranhado ele, porque minha unha é muito curta. Mostrei ao delegado no momento do flagrante. Essa acusação é a forma que eles estão usando para justificar o erro na abordagem?.Já na Central de Flagrantes I, a advogada pediu que uma pessoa entrasse em contato com a Comissão das Prerrogativas para pedir o apoio naquele momento. ?Minutos depois da nossa ligação a Comissão chegou e me acompanhou durante todo o procedimento. A participação deles foi muito importante para mostrar que não estava sozinha. Já prestei queixa de abuso de autoridade e agora devemos levar o caso ao Conselho de Segurança Pública?, finalizou.