Advogadas e advogados e estudantes de direito participaram na noite dessa quarta-feira (08) de um grande debate realizado no auditório do prédio sede da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL), em Jacarecica. Com o tema ‘Corrupção e Controle Social’, o evento promovido através da Escola Superior de Advocacia (ESA), também foi marcado pelo lançamento do livro que leva o mesmo nome, do membro do Ministério Público do Espírito Santo, Rodrigo Monteiro da Silva. Para a abordagem sobre uso indevido do poder público para benefícios privados, além da participação do autor do livro ‘Corrupção e Controle Social’, o evento também contou com o conselheiro federal por Alagoas Raimundo Palmeira, o presidente da Comissão do Advogado Criminalista, Fernando Guerra, o advogado Leonardo de Moraes, o juiz Alberto Jorge e o delegado Federal Polybio Brandão, que atuaram como debatedores. A Mesa de Debates foi aberta pela presidente da OAB Alagoas, Fernanda Marinela. “É com imensa alegria que promovemos esse debate de extrema importância. Esse é um ano determinante. Teremos eleições gerais em um momento em que o país vivencia uma das suas maiores crises moral, ética e de credibilidade. Precisamos discutir a corrupção e seus impactos. A OAB nunca se furta ao seu papel de defesa da Constituição, da sociedade. Nós, como cidadãos precisamos nos apropriar do nosso país. Precisamos levantar do sofá e parar de apenas reclamar. O futuro é de cada um de nós e não podemos dar a ninguém a régua que mede nosso valos. Não podemos também continuar tentando resolver problemas novos com soluções velhas. Precisamos de todos”, ressaltou em sua fala. Antes de dar início aos debates, Rodrigo Monteiro explanou sobre o lançamento de seu livro que decorre da dissertação de mestrado à Faculdade de Direito de Vitória (FDV). “Hoje sou promotor. Durante minha atuação nesse universo jurídico, percebi que nós, e aqui falo dos órgãos controladores como Ministério Público, Tribunal de Contas, Controladorias, enfim, não somos capazes de combater a corrupção. Hoje estamos muito atrás. Enxerguei que, se a sociedade civil não assumir essa responsabilidade, nossa geração vai entregar um Brasil muito pior do que o que recebeu. Temos que tentar lutar. O livro é isso. O resultado de uma vasta pesquisa bibliográfica e experiências práticas. Examinando a corrupção na sociedade contemporânea, demonstrando que a ilegalidade se encontra além do Estado, sendo praticada, inclusive, pelo mesmo cidadão que cobra retidão dos agentes públicos. A corrupção viola as normas jurídicas e acaba prejudicando a prestação dos serviços públicos, comprometendo o desenvolvimento social e econômico do país”, frisou. Com o lançamento do livro, os debates foram iniciados com uma intensa avaliação dos fatos históricos e do cenário atual. Os debatedores concordaram que a corrupção não está apenas nos agentes do Estado, identificando a presença de práticas ilícitas arraigadas à própria sociedade.