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Audiência pública promovida pela OAB/Arapiraca provoca desdobramentos importantes para marchantes

A audiência pública sobre o abate de animais na Frigovale promovida pela OAB/Arapiraca na quarta-feira (31 de julho), levou a vários desdobramentos para marchantes e fateiras. Em cinco horas de discussão, vários representantes das categorias apresentaram as suas dificuldades. A Frigovale Matriz e os vários representantes das entidades presentes também usaram a palavra para expor suas opiniões e anunciar medidas. “Conseguimos reunir um número significativo de marchantes e fateiras e fiquei entusiasmado e esperançoso com a adesão das autoridades ao nosso chamado. Recebemos o secretário de Estado da Agricultura, Sílvio Azevedo Bulhões, e o diretor-presidente da Adeal, Carlos Mendonça Neto, que vieram a Arapiraca especificamente para esta audiência. A ausência lamentada foi do Ministério Público Estadual, mas vamos encaminhar expediente porque consideramos que são extremamente importantes nessa demanda e não podem ficar inerte a tão importante e nobre causa. A presença do MP poderia já ter ajudado a construir importantes pontes para a solução dos problemas, mas ainda acreditamos que irão nos procurar para somar forças e atender a essa demanda que atinge a toda uma coletividade”, afirmou o presidente da OAB/Arapiraca, Hector Martins. Durante a audiência, os marchantes e fateiras denunciaram que a Frigovale estaria se apropriando de parte dos animais abatidos de forma indevida e depois revendendo no mercado público. Eles reclamam que esses pedaços possuem valor comercial e que, devido essa prática, os lucros diminuem. Reclamam ainda que o procedimento usado pela empresa não é transparente e gera inúmeros percalços. O delegado regional de Arapiraca, Everton Gonçalves, que estava presente na reunião, se comprometeu em abrir investigação. Outra reclamação está relacionada aos valores de abate praticados pela empresa, que segundo os marchantes, está mais alto que o acordado, sobretudo pelo fato da empresa ficar com as víceras pra posterior comercialização. O procurador-geral do município, Rafael Gomes, afirmou que a prefeitura irá fazer estudos para rever os valores e que vai articular para que um médico veterinário do município seja cedido para a Adeal e possa acompanhar o processo de abate. O defensor público Marcos Freire, que representa os marchantes em algumas demandas judiciais afirmou que deverá adotar providências, que talvez gerem outras ações em benefício da categoria. O presidente da cooperativa que representa os marchantes (Copagal), Marlos dos Santos, afirmou que a categoria está na expectativa que a situação seja resolvida. “Muitos dos marchantes não acreditavam que haveria uma solução para o problema, alguns até abandonaram o ramo por causa disso. Mas a atuação da OAB/Arapiraca e do presidente Hector Martins deu certeza para a gente que a questão não vai cair no esquecimento e que a situação vai ser solucionada. Tudo que a gente quer é que a lei seja cumprida e que as entidades cumpram seu papel”, afirmou. A Frigovale, que havia encaminhado um comunicado informando que não estaria presente na audiência pública, foi representada por Clênio Pacheco Franco. Ele afirmou falar em nome dos sócios majoritários da empresa matriz e justificou que o comunicado teria sido enviado por representantes da filial Arapiraca sem poder de representação. Segundo ele, há uma ação na justiça para definir quem deve administrar a unidade local, mas que não concorda com certas práticas e que pretendem corrigir. “Foi uma audiência muito completa, pela participação de vários marchantes e fateiras pudemos ter a certeza de que não se trata de um problema isolado com alguns deles, como a empresa tenta convencer. Certamente, a OAB/Arapiraca, com seu poder de articulação, juntamente com a Defensoria Pública, propiciará respostas para os problemas e possibilitará uma relação menos conflituosa com as partes envolvidas”, declarou Hector Martins.