A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL) continua acompanhado os casos referentes a agressões de militares contra advogados. Na manhã desta quarta-feira (24), o presidente da Comissão de Prerrogativas, Sílvio Arruda e os membros da Comissão Sílvio Omena Arruda e Peu Accioly acompanharam, o advogado Diego Cavalcante durante um depoimento que aconteceu na sede da Academia de Polícia Militar, no Trapiche da Barra.O procedimento faz parte do Processo Administrativo da Corregedoria da Polícia Militar, que investiga mais um episódio lamentável de abuso por parte de militares contra advogados no último dia 30 de janeiro. Na data, segundo Diego Cavalcante, ele teve sua carteira da OAB e alguns documentos jogados ao chão por uma guarnição da PM na orla de Maceió. O fato aconteceu após o advogado se solidarizar com uma mulher e a filha que aguardavam a liberação do parente, detido por suposto desacato.?O caso está tendo desdobramentos e hoje aconteceu o depoimento para o oficial responsável pelo processo administrativo da Corregedoria. Foi muito importante ter neste momento a OAB Alagoas comigo, através da Comissão de Prerrogativas. A gente sabe que casos envolvendo militares são sempre delicados, e ter a instituição que faço parte perto me faz sentir acolhido e representado?, afirmou Diego Cavalcante.Ainda de acordo com o advogado, a participação da OAB Alagoas nestes casos de violência policial e violação das prerrogativas dos advogados é essencial para que essa situação mude. ?A denúncia que fiz foi uma tentativa de acionar a Segurança Pública para um fato que não pode continuar. A participação da OAB Alagoas cobrando das autoridades responsáveis que casos que não fiquem impunes é a única forma de mudar essa realidade e por fim a essa perseguição que atinge a nossa classe?, completou.O CASODe acordo com os relatos do advogado Diego Cavalcante, ele participava das prévias carnavalescas que aconteceram no final de janeiro, quando por volta das 17h30 passava em frente a uma barraca na orla e percebeu uma mulher e menina em frente ao ônibus da polícia, aguardando há quase uma hora. O advogado então se aproximou e ao saber do que se tratava, tentou ajudar, para que o senhor detido fosse liberado ou retirado do ônibus.?Tentei intervir porque me solidarizei com a situação das duas. Alguns policiais foram bastante educados, me explicaram o que tinha acontecido, até o momento em que um militar se aproximou e começou a questionar o motivo de eu estar intervindo na situação?, colocou o advogado.Diego Cavalcante explicou que foi surpreendido pelo policial que iniciou uma série de agressões verbais, proferindo palavras de baixo calão. Em seguida, outro policial se aproximou e pediu a identificação do advogado, que ao apresentar teve os documentos jogados.?Fui ameaçado de ser preso apenas pelo fato de eu ter me solidarizado com uma família. Estava cumprindo meu papel de advogado. Como advogado, fui humilhado e esse é um caso que não posso deixar passar?, disse na época.