A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL) vai protocolar nesta quarta-feira (30), ofícios aos órgãos da Segurança Pública e Ministério Público Estadual pedindo apuração rigorosa sobre a morte dos jovens Josenildo Ferreira Aleixo, de 16 anos, e Josivaldo Ferreira Aleixo, de 18 anos, mortos numa suposta troca de tiros com a Polícia Militar, na última sexta-feira (25). Familiares do jovem estiveram na sede Histórica da Ordem, no Centro, onde funciona a Comissão e pediram que o caso seja acompanhado.Segundo o tio dos jovens, Cláudio Claudino da Silva, os sobrinhos foram assassinados no dia 25 de março, por volta das 18 horas, quando chegavam próximo de casa numa suposta troca de tiros contra Policiais Militares, que ocorreu num ponto de ônibus que no bairro do Village Campestre.O tio relatou ainda que, antes das mortes, os militares teriam revistado os dois jovens, e em seguida os espancaram, matando a sangue frio. ?Meus sobrinhos tinham deficiência e constantemente faziam tratamento e obtinham acompanhamento da Pestalozzi. Eles não tinham o costume de andar sozinhos na rua, nem muito menos andavam armados e cometendo ilícitos. Foram mortos no caminho de casa. A polícia alega que houve troca de tiros, mas isso não aconteceu, inclusive um dos policiais atirou na mão do outro colega para tentar justificar os homicídios praticados?, relatou.Diante das declarações, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Daniel Nunes, se comprometeu em pedir a apuração rigorosa do caso, neste crime que ele considera bárbaro. ?Sem dúvida esse caso foi uma verdadeira trapalhada da polícia. Acredito que eles fizeram a abordagem dos jovens, que por serem especiais devem ter se agitado, por não entenderem o que estava acontecendo e acabaram sendo brutalmente assassinados, inclusive com um tiro na cabeça. E foram depois socorridos, levados ao hospital mortos, desfazendo a cena do crime. É um crime de grandes proporções que precisa ser investigado?, disse.Daniel Nunes afirmou ainda, que vai pedir que seja feito exame balístico em relação nas munições do local do crime, inclusive para averiguar de que arma foi o tiro deflagrado na mão do militar. ?Estamos encaminhando ofício para os órgãos da segurança pública, para que este caso não fique impune. Se o que a família está afirmando realmente aconteceu foi um bárbaro crime, um crime hediondo em todas as formas, que mostra que temos uma polícia sem controle?, finalizou.