Integrantes da comissão especial da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL) nomeada pelo presidente Nivaldo Barbosa Júnior para acompanhar o caso do afundamento de solo e rachaduras no bairro do Pinheiro, em Maceió, receberam representantes da Defesa Civil Estadual para dar andamento aos diálogos. O encontro ocorreu no prédio sede da instituição, localizado em Jacarecica. “Na semana passada a presidência da OAB Alagoas já havia recebido integrantes do Movimento SOS Pinheiro e da Federação de Moradores do bairro. Também houve uma reunião com uma equipe técnica da Braskem. O próprio presidente, Nivaldo Barbosa Júnior, que também já tinha se reunido com o prefeito Rui Palmeira, assumiu o compromisso de acompanhar de perto o caso, cobrando agilidade e transparência dos órgãos. Com isso, nossa comissão foi formada para estar mais perto dos moradores e da força tarefa que estuda o que acontece no bairro. Hoje, recebemos o coordenador da Defesa Civil Estadual, tenente coronel Moisés Melo, e demais representantes do órgão, que nos detalharam como está se dando a atuação, quais as informações e reais riscos a população que reside na localidade, principalmente nas áreas de maior instabilidade, que foram divididas nas cores vermelha, laranja e amarela. O problema se estende há cerca de um ano e, devido a sua complexidade, não existe ainda uma resposta para o que acontece. Precisamos entender essa complexidade, mas continuar cobrando que todos os esforços sejam empregados, afinal, o Pinheiro possui uma população de 20 mil habitantes e a segurança de todos é primordial”, ressaltou o integrante da comissão especial da OAB Alagoas, Ricardo Moraes. Também integrando a comissão, Rosana Jambo, questionar a Defesa Civil Estadual sobre os canais de comunicação com os moradores do Pinheiro, já que muitos se encontram temerosos e, alguns ainda buscam mais informações. “Estamos nessa busca por entender exatamente como tudo está funcionando. Evidentemente, o que acontece no bairro do Pinheiro tomou proporções nacionais. Quem está lá e vivencia o drama do afundamento de solo e das rachaduras em casas, apartamentos e ruas, quer saber com urgência o que está acontecendo. Precisamos evitar o pânico, mas garantir a segurança de todos pelo acesso as informações oficiais. Essa força tarefa montada está atuando em cima de um plano de contingência, que envolve, inclusive, um simulado de evacuação do bairro marcado para o dia 16 de fevereiro. Questionamos sobre quais canais estão sendo adotados para o repasse de todas essas informações, porque essa é uma solicitação de muitos moradores. A Defesa Civil Estadual explicou que desde o início, os comunicados estão sendo repassados através de representantes dos núcleos comunitários, movimentos, imprensa, reuniões, que mais recentemente foi adotado um grupo de whatsapp e que os moradores também já podem se cadastrar em um serviço de alerta gratuito de mensagem que a Defesa Civil Estadual dispara para os celulares. São muitos os pontos a serem acompanhados e, certamente, o empenho dessa comissão é grande”, destacou. Sobre os esforços e a comunicação das novas informações o coordenador da Defesa Civil Estadual, tenente coronel Moisés Melo, frisou: “De imediato acionamos o governo federal, de forma conjunta com a Defesa Civil Municipal. É uma questão que logo apresentou sua complexidade e demandou ainda mais a integração dos órgãos. Uma grande força tarefa foi montada e continua em total atividade buscando as respostas que são necessárias. Todos os esforços para dar condições de se entender o que ocorre no Pinheiro estão sendo empenhados. Vários especialistas e equipamentos foram empregados nesse sentido desde as ocorrências de fevereiro e março do ano passado. Nenhum bairro no mundo conta com seis sismólogos. Estamos trabalhando muito, alguns pontos foram entendidos, mas é preciso ainda mais aprofundamento para definir com precisão as causas e consequências. Novos equipamentos estão sendo instalados em locais específicos do bairro para dar essa precisão nos estudos. Além de saber o que ocorre, o maior objetivo é, sim, garantir a segurança. Não há sigilo em nenhuma ação. A população tem que saber qualquer tipo de risco que esteja correndo. Todas as informações estão sendo repassadas. Mas há um limite, não podemos repassar algo que ainda não temos. É um caso complexo. Enquanto não chegamos a conclusão, estamos nos cercando de todas as precauções. Pedimos que a população que se encontra na área de risco deixe seus imóveis, para isso, um cadastro de moradores foi e continua sendo realizado. Ele é base para a liberação de recursos de ajuda humanitária, que serve como auxílio moradia. Dentro do plano de contingência também teremos o simulado, que ocorrerá dia 16 de fevereiro, um sábado a tarde, com a integração total das forças de segurança. O objetivo é evacuar a localidade em até 45 minutos. Seis pontos de segurança serão adotados. Não estamos medindo esforços”. A comissão seguirá com um calendário de reuniões nos próximos dias. “Esse contato e toda a transparência é importante porque estamos lidando com vidas. São muitas famílias que estão temerosas diante de algo sem precedente. O trabalho da comissão não para. Também iremos nos reunir com a Defesa Civil Municipal e Ministério Público nos próximos dias. A OAB Alagoas também irá acompanhar de perto as reuniões do Comitê a frente do caso Pinheiro, que ocorrem no 59º Batalhão do Exército, tanto com os demais órgãos como com a própria comunidade. Tudo será acompanhado de perto para que possamos cobrar de forma respaldada”, finalizou o integrante da comissão da Seccional alagoana, Paulo Paraízo.