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OAB Alagoas repercute em entrevista dados sobre o aumento nos casos de feminicídio em Alagoas

O estado de Alagoas lidera o triste ranking de feminicídio no Brasil. Segundo dados do Monitor da Violência, o ano de 2019 teve um aumento de 120% neste tipo de ocorrência. Índices alarmantes que preocupam a OAB Alagoas que, por meio da Comissão Especial da Mulher, repercutiu os dados apontando em entrevista a identificação de um relacionamento abusivo, os tipos de violência contra a mulher, os aparelhos de denuncia e a importância do programa ‘Tem Saída’, criado em São Paulo, e trazido para Alagoas pela OAB, gerando oportunidade de capacitação e inserção no mercado de trabalho as vítimas. O momento da identificação de um relacionamento abusivo é um dos mais importantes segundo a advogada membro da Comissão Especial da Mulher da OAB Alagoas, Mylla Bispo. “Os primeiros sinais podem ser sutis ou de forma evidenciada. Desde casos de humilhação, constrangimento, impedir que a mulher vá a casa de algum amiga, vá a um bar, vá conviver com a sua família. Todos esses sinais podem demonstrar que a mulher vive em um relacionamento abusivo. A violência psicológica, prevista no artigo 7º da Lei Maria da Penha, causa dano emocional e afeta a auto estima dessa mulher. Nesses sinais de limitações, constrangimentos e impedimentos a mulher consegue perceber esse relacionamento abusivo. E, o ciclo da violência, muitas vezes se inicia com a psicológica, culminando muitas vezes na física, sexual, enfim, podendo levar ao feminicídio”, explicou. Alagoas lidera o número de casos de feminicídio no Brasil, de acordo com os últimos dados publicados pelo Monitor da Violência. Em todo ano de 2018, 20 mortes violentas motivadas por ódio ao gênero feminino foram registradas em Alagoas. Em 2019, foram 44 casos. Mylla Bispo reforçou durante a entrevista que muitas mulheres vítimas ainda se sentem presas aos seus agressores por dependência, também, financeira. Diante disto apontou, entre outros mecanismos, o ‘Tem Saída’ trazido para Alagoas pela OAB. “Dados da Secretaria de Segurança Publica apontam que a maioria das mulheres que sofrem violência são de áreas periféricas, que tem não só a dependência emocional, mas também a financeira. Primeiro tentamos alertar essa mulher através de debates, espaços em redes de comunicação, enfim. Segundo demonstrar que existem algumas soluções, como os programas de proteção a mulher, inclusive ressaltando a importante ferramenta do ‘Tem Saída’, criado por uma promotora em São Paulo e trazido para Alagoas pela OAB, capacitando e gerando oportunidade de empregos para essas mulheres vítimas de algum tipo de violência, desde que denunciem seus agressores”, frisou. A representante da Comissão Especial da Mulher também lembrou que em Alagoas existe uma rede de proteção para a mulher vítima de violência, passando pela polícia, Delegacia Especializada da Mulher e os amparos legais como a OAB Alagoas, a Defensoria Pública e o Ministério Público, passando por todos os trâmites de investigação até chegar ao juizado e culminar em processo criminal. ‘Durante esse processo há um grande desgaste e essa mulher precisa desse encorajamento para fazer a denúncia e seguir com todo o processo’, finalizou Mylla Bispo.