A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional (OAB/AL), por meio das Comissões de Promoção da Igualdade Social e Direitos Humanos, esteve reunida, de forma virtual com o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) para tratar sobre os recentes casos de racismo no estado. O objetivo do encontro, que ocorreu nesta quarta-feira (02), foi criar uma força conjunta no combate a este time de crime. Enquanto a Seccional tentava avançar na pauta combatendo o racismo, uma nova denúncia era protocolada. Desta vez, o caso ocorreu em uma loja de departamento. “Montamos um grande planejamento para reforçar o combate a este tipo de crime, marcamos com o TJ para ampliar essa frente, mas quase simultaneamente ao importante diálogo, recebemos mais uma denúncia. Uma mãe de quatro filhos, sendo três brancos e um negro, denunciou o racismo sofrido pelo filho de apenas 15 anos. O filho negro foi retirado da loja. A mãe também denunciou que foi humilhada por um dos seguranças do estabelecimento. Estaremos acompanhando o caso. Mais um que evidencia ainda mais a necessidade e importância do nosso trabalho”, destacou o presidente da OAB Alagoas, Nivaldo Barbosa Jr., que alinhou o planejamento e proposta da reunião. Representando a diretoria da OAB Alagoas, o secretário-geral Leonardo de Moraes, acompanhou a reunião. “A OAB Alagoas segue acompanhando cada denúncia que chega ao nosso conhecimento. Alguns casos apresentam uma gravidade ainda maior. No caso recebido pela OAB Alagoas na semana passada, o jovem relatou que além do racismo ele também foi mantido em uma sala do estabelecimento por três horas, sofrendo tortura psicológica e física. De imediato, cumprimos com nossa missão, acompanhamos cada detalhe do caso, mas enxergamos a necessidade de fazer ainda mais para impedir que novos casos acontecessem. A ideia é mudar essa realidade. Infelizmente, enquanto avançamos de um lado sofremos outro duro golpe com mais um caso denunciado”. A reunião com o Tribunal de Justiça de Alagoas havia sido alinhada ainda na semana passada, como um dos pontos acordados na reunião que ouviu na OAB Alagoas o jovem que denunciou racismo e tortura dentro de um supermercado em Maceió. “Hoje, tratamos com o TJ sobre a realização de uma audiência pública, a proposta de um projeto de lei para que empresas de segurança capacitem seus funcionários sobre práticas que configuram racismo e lgbtfobia e a realização de uma campanha de frente ampla para minimizar essas ocorrências”, frisou a presidente da Comissão de Direitos Humanos, Anne Caroline Fidelis. O caso também seguirá com acompanhamento da Comissão de Promoção da Igualdade Social. “Algumas das denúncias que recebemos chocam ainda mais pela violência dos relatos. Vítimas que chegam debilitadas psicologicamente e fisicamente. Hoje, mais um relato absurdo. Como explicar que entre quatro rapazes que estavam fazendo a mesma coisa, simplesmente provando roupas no meio da loja, exatamente no mesmo local, apenas o rapaz negro, um menino de 15 anos, foi retirado do estabelecimento. Os relatos são de que, mais uma vez, a segurança agiu de forma truculenta e ofendeu a vítima. Pelo relato, o segurança mandou ele retirar a camisa e sair da loja. O irmão mais velho foi questionar porque o irmão estava recebendo ordem de saída da loja, disse que ele estava provando a roupa para comprar como todos. Neste momento, o segurança teria agido com truculência. A mãe, que tentava entender a situação, também relatou que foi destratada”.